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Crítica - Dora Sanches: uma cantora impecável de voz cristalina !

  • Foto do escritor: Alex Fraga
    Alex Fraga
  • 30 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de jun. de 2023

Fotos: Valentim Manieri - -

A compositora Susanna Clark escreveu em um trecho da canção From The Heart: "Você tem que cantar como se não precisasse de dinheiro, amar como se nunca fosse se ferir. Você tem que dançar como se ninguém estivesse olhando. Isso tem que vir do coração, se você quer que dê certo". Essas palavras cabem como luvas sobre o que deu para ver e sentir na apresentação da cantora e compositora campo-grandense Dora Sanches que fez o show de abertura de "Portas", de Marisa Monte, na última sexta-feira no ginásio de esportes Guanandizão, em Campo Grande (MS). Ela fez exatamente isso! Curiosamente essa artista não era até então conhecida pelo público sul-mato-grossense. A ousadia dessa jovem ultrapassou de cara o limite de tonalidade vocal quando cantou logo de cara "Disparada", de Theo de Barros e Geraldo Vandré, eternizada na voz de Jair Rodrigues. Uma versão diferenciada de todas que já ouvi - mescla o pop com o baião e que mostrou seu jeito de ser artista: segura e com uma afinação impecável. Talvez se Jair Rodrigues estivesse vivo e a ouvido, diria facilmente com sorriso aberto: "Oh menina, de onde você saiu? É um encanto!". Em seguida, partiu com uma autoral lindíssima e bem regional para essas "bandas de cá": a música "Meu Lugar", parceira com Roberto Lopes, Fred Sommer, Marcos Vasconcellos, Rick Yates e Clemente Magalhães. Uma letra que lembra campo, saudades e amores. Esse trecho diz tudo: "Vim morar nessa cidade/ Mas pretendo voltar/ Encarar a realidade /De estar só /Na minha mala só saudade/ Das estrelas de lá/ Do meu lugar/ Do meu lugar. Voz suave e com uma ternura que flui a alma de quem escuta. Sem dúvida, do repertório que apresentou, essa e a que veio em seguida, (You Make Feel Like) A Natural Woman, - da divina Aretha Franklin foram as que mais me emocionou. Sim, Dora foi perfeita e acertou no alvo em dizer que essa canção de Areta "é o amor de uma mulher com Deus". A versatilidade de Dora Sanches é plena e mostra que está pronta para encantar o mundo. Quando cantou uma das mais belas canções de Roberto Carlos e Erasmo: "As canções que você fez pra mim", o público respondeu de imediato e cantou com ela. Uma versão irretocável e que somente alguém com grande talento pode interpretar tão gostosamente, como a música é. Seguiu com "Nunca é tarde demais", outra autoral e em parceria com Clemente Magalhães, Fred Sommer, Marcos Vasconcellos, Rick Yates e Roberto Lopes. "Às vezes o que se mostra/É o oposto do que se é /Mas quando a verdade bate à porta/ Não dá pra fugir". Dora disse no palco: "Gosto de cantar os amores e desamores". E tem razão. Uma canção especial e que deixa aquele que gosta de qualidade em composições, simplesmente feliz. Sempre surpreendendo, chegou com "Tears Dry On Their Own", da inesquecível Amy Winehouse. Dora brilhou, aliás, inglês perfeito. Balanço e um jeito próprio de ser Dora Sanches. Cantar Amy é para poucas. Encerrou seu espetáculo musical com nada menos : Vida Cigana, de Geraldo Espíndola, música essa conhecida por todos, mas com uma versão preenchida com tonalidades incríveis, saindo do padrão normal. Vale ressaltar também a banda que acompanhou essa grande artista. Profissionalismo ímpar e que formou um casamento perfeito entre tons e voz. E como é bom ver e ouvir excelentes músicos. Na verdade, bastaram apenas sete canções para que Dora mostrasse a todos que é uma cantora impecável e de voz cristalina... Tem presença de palco, dança conforme a música, alegre e bela. Um show ímpar... O público ovacionou... De parabéns os produtores Gustavo Cegonha, Daniel Escrivano e Marcus Barão por dar ao público esse grande presente de assistir essa cantora...Então é só voar agora para o mundo Dora Sanches!


Fotos Valentim Manieri





 
 
 

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