
Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Alhures Poéticos"
Alhures Poéticos
Marcos Coelho
Eu te procuro entre as pedras...
Não encontro você...
Encontro seixos e cardos,
Encontro calor e pouca terra...
Encontro cactos, suculentas...
Encontro flores e resistência,
Resiliência, mas você ali não está.
É a saudade que trago no peito,
Como um incenso que queima e se consome,
Um suave aroma no ambiente do coração,
Eis a vida que ressurge como uma lembrança...
Lembrança que corre fagueira como criança,
Faz traquinagens na mente e no pensamento,
Voamos em pensamentos, choramos sentidos...
A lágrima desliza na rósea maçã do rosto...
Os olhos tristes carregam memórias...
Histórias que o tempo registrou...
As linhas sinuosas denotam o vero esquecimento...
A fase mais férrea da vida adulta...
O tempo mais cruel e nefasto das eras...
A velhice que recolhe força e vigor...
Mas ainda assim, mesmo senil, o sentimento abstrai...
Faz sentir tudo de novo e outra vez...
O velhinho está na cadeira...
Não move paixões, quem dirá moinhos ou cataventos...
A vida se arrisca na paixão...
A morte brinda a vida no caixão...
O que você fez? Agora, chegou o apogeu...
Mas, que beleza poder partilhar decepções...
A luz sob o desconhecido...
Somos um grande espelho a reproduzir expectativas,
E de quem são essas expectativas?
Não se sabe o que coser nessa velha máquina...
As moiras tecelãs jazem perdidas,
Eis fio da vida, as decisões...
Alhures poéticos e fios de pensamentos,
Tudo perdido em versos de pensar.
Só a esperança de um sentimento novo e verdadeiro...
Eis mais um eiro de amor e flores...
A designar mil sonhos e amores...
Se fui amado? Não me recordo...
Se fui odiado? Sim, fui sim, serei sempre...
Mas não mentirei jamais, ou será que às vezes?
E você não desiste, nem de mentir,
Muito menos admite me amar loucamente...
Mas verdade vem à tona sempre.
O tom do compasso da bomba cardíaca,
Revela o sentimento que me aturde o momento...
Eis o sacolejo da velha carruagem dos sonhos...
Os sentimentos aturdidos e confusos...
Tudo indo para seu lugar de direito...
Som, luz, espaço, harmonia...
Tudo no giro da palavra,
Ao toque suave da poesia.
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