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Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com "Caminhos no Horizonte".
Caminhos no Horizonte
Marcos Coelho
Ruas sombrias, caminhos sinuosos,
Curvas acentuadas a todo o momento,
Deslizamentos, tormentos sem trégua.
A vida segue um fluxo desigual,
A uns é dada a glória oculta de um tempo não sabido,
A outros a desdita e a desgraça de uma jornada triste.
A velha taça empoeirada...
O vinho tinto derramado...
Uma toalha de mesa de cetim...
O vidro da janela está quebrado...
O anel que era de vidro se quebrou...
O velho sonho de um êxito improvável...
A velha máquina de costura...
Remendos poéticos na malha do tecido...
Tecido de linhas a serem grafadas ou tingidas de cor...
Uma cor monocromática...
Uma cor sólida, triste, sem igual...
Lá fora chove e a chuva produz em raios de sol...
Um arco-íris em esplendor de cores...
Uma alma cravejada de dores...
Paixões quebradas em amores quebradiços...
Nada real tudo fictício...
Olor de um calor pútrido e mortífero...
A velha argila não modela mais, secou...
Impossível conseguir subir a montanha, agora...
O tempo é infinito...
Porém, o existir é apenas uma faixa de tempo e obliquo...
E o horizonte é a esperança de um dia encontrar
Encontrar a paz olvidada,
Encontrar o amor perdido na curva da estrada,
Encontrar o que se perdeu na densa jornada,
Encontrar o que alguém perdeu na travessia...
As linhas se cruzam à tessitura do tecido
E a melodia acompanha o velho tear moirico do destino.
O som de carruagens cruza o espaço...
As três Marias cintilam no espaço indene...
Infinitamente maiores que nosso Sol...
Morrer não é o destino, nem mesmo é o fim...
O espaço da vida ultrapassa o viver físico e monótono.
O poeta imortal apenas cose tempo e sentimentos...
Aplica ali uma ou outra estrela ou cometa...
Voeja aqui ali um pirilampo, pronto.
Poetiza-se uma bela manta sidérea de versos-poesia.
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