Segunda-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor universitário, escritor e poeta de Campo Grande (MS), Isaac Ramos, com "Dê Lírios Poéticos".
DÊ LÍRIOS POÉTICOS
(Isaac Ramos)
Queria um poema SÓ como os de Antônio Nobre
Ou sóbrio para sentir o “Sentimento do mundo” de Drummond
Por que não insólito como O Guardador de rebanhos de Caeiro
Ou de amor como “Os três mal-amados” de Cabral
E n“O desespero da piedade” descobrir, como diria Vinícius
“Que o homem molesta – que o homem não presta, não presta, meu Deus!”.
Mas eis que “O tempo não para”, cantou Cazuza
E pode ser medido em Clepsidra, escreveu Pessanha
Ter “O sentimento dum ocidental”, expressou Cesário
E nessa linha de raciocínio lírico
“Que eu com rijo tesão pego na pena”
Começo a ler, ardentemente, Bocage
Não como um teorema, muito menos para entender o dilema dos “Poetas”
Que “são almas de violetas, como disse Florbela Espanca.
Gosto de sentir a dor emanada
d“A valsa” de Casimiro de Abreu:
“_ Não negues,
Não mintas...
_ Eu vi!...”
E a profana ação erótica dO amor natural de Drummond
“Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas”
Entre outros delírios, replico e finalizo:
“EU SOU O BEIJO DA BOCA DO LIXO NA BOCA DO LUXO”
Invoco a escrita bem-dita de Waly Salomão (Viva Cazuza!)
Não use subterfúgios, apenas dê lírios!...
Que sensação delícia é compartilhar poemas.... lembrei de quase todos e, aqueles que não lembrei, vou procurar
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