Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Marcos Coelho, com Emaranhados no sentir, existir ainda é possível?
Emaranhados no sentir, existir ainda é possível?
Marcos Coelho
Angústias e muita solidão...
As ruas estão desertas...
As pessoas estão recolhidas...
Um vazio a se sentir...
Apenas luzes acesas em apartamentos vazios...
O raio de luz ilumina o gelo em catacumbas...
Uma esperança escondida na velha caixa...
A caixa de Pandora...
A letras registradas em palavras no livro...
O velho livro do inventário soberano...
Não temos mais exemplares da infância...
Os velhos líderes se decompõem no tempo implacável...
A velha taça com bordadura de ouro...
O antigo requinte numa sociedade fora de moda...
Um vestuário cada vez mais decadente...
Sentimentos obtusos e um modo de viver torpe...
A vileza no agir e no sonhar...
Aonde andará a elegância?
Aonde andará a gentileza?
Aonde estarão os valores morais e humanísticos?
Uma poesia que insiste em acender...
Ascender de nível...
A busca outra morada...
A poeira e o tempo tudo envolve e transforma...
Assim é a natureza do mundo...
Assim, somos nós, assim é contigo, comigo, conosco, convosco...
Vento verdejante a cobrir tudo de vida novamente...
O ambiente, com novas flores, sopra o vento...
Reacender a brasa, viva a vida...
A chama do amor precisa ocorrer...
Verso e palavra, a pomba e um cordeiro...
Fé com energia, religiosidade...
O oratório,
O cartório,
O registro,
Eu e você, afinal, quem somos nós...
O poeta e a máquina,
A linha e a palavra,
O verso e a poesia...
Paradoxos enquanto alguém puder se amar!
Eis o poemar em ação ato contínuo
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