Sexta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o poeta e escritor de Dourados (MS), Carlos Magno Amarilha, com "Galanteio'.
GALANTEIO
saiu da panela frita
um bocado
de bocas famintas
sabor acostumado
sala balcão planilha
(misturado com azeite de cozinha)
bocajá na boca da saliva
cobertos de juros
de pagamentos de queijo ralado
efeito cascata
(direto para o ralo)
atingido em alto mar
consumismo de amigos
a horas
na prosa
desaprendeu as doçuras
do calendário em jabuticabas
do nada apareceu você
parou o trânsito
com seu cabelo solto inocente
muito longe dos bichinhos de pelúcias
que o tempo levou de margaridas
do bolo de cuca recheado da vovó
de muita sinceridade e certeza
uma alegria imensa em te conhecer!
(IN: O Rosto da Rua, p. 54).
Que delícia! Confesso que "Boca coberta de saliva com juros", algo tocante, gostoso e com juros. Ameeeeiiiii.
Rita de Cássia
Dourados-MS
Ei, saca só essa!
O poema "Galanteio" do Amarilha é tipo um flecha certeira no coração, tá ligado? Ele pega a gente desprevenido com umas palavras que grudam na mente, saca?
O cara começa falando da vida, da comida, do dia a dia... Uma coisa meio sem graça, mas que todo mundo conhece, né? De repente, pum! A pessoa amada aparece e tudo muda, a vida ganha um colorido novo, tá ligado?
É como se o tempo parasse, a gente fica hipnotizado, sei lá... O cabelo dela voando, a inocência no olhar... É como se ela trouxesse de volta a doçura da infância, as lembranças boas da vovó, daquelas coisas que a gente guarda com carinho no coração.
E aí,…
Mano, neste poema você arrasou!
O poema é como um prato de comida que chega na hora certa, quando a gente tá faminto de amor e de poesia. Ele nos serve uma história de amor com ingredientes simples, mas que juntos criam um saboroso.
O poeta começa nos mostrando um cenário comum, do dia a dia, com a comida, o trabalho, a rotina. De repente, a segunda estrofe nos transporta para um lugar romântico, um jantar a dois, com luz de velas e vinho. É como se o poeta nos convidasse a um encontro a dois, onde o amor é o prato principal.
Na terceira estrofe, o poeta mistura o doce do beijo com o amargo do trabalho, dos boletos,…