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Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o professor, músico, compositor e poeta de Dourados (MS), Paulo Portuga, com "Mar o Mar".
MAR O MAR
Desci a serra
Para ver o mar
Levei meu deserto
Para salgar
Lá é o lugar
Onde posso me amar
Onde posso levar
Parte dos meus medos
Deixar as ondas do mar
Levarem em segredo
Coisas que não quero
Não devo mais carregar
Que não me pertence
Que grudaram em mim
Feito óleo queimado...
Pedi licença ao adentrar
No vai e vem das vagas
Sopradas pelo vento
Cada onda um pedido
Criados em meu pensamento
Ondas maiores
Levam tristeza e sofrimento
Ondas menores
Pequenos pecados
Açoitado pelas ondas
Que quando quebravam
Cobriam a superfície
Com a espuma branca
Que logo se desfazia
Em verde e azul...
Na beira do mar
Eu me deportava
A vala do repuxo
Me sugava, me levava
Afogando os meus prantos
Quando a onda vinha
Eu me repatriava
Voltava para dentro de mim
E as cortava como quilhas
No movimento das marés
Docemente embalado
Pela atração dos astros
A favor das correntes
Deixei me levar
Mergulhar eu e o mar...
...
Paulo Portuga, 28/01/2025.
Amei!! Amo poesias!
O poema "Mar o Mar" apresenta uma jornada introspectiva e catártica, em que o eu lírico busca no mar um refúgio para seus medos e angústias. Através de uma linguagem poética rica em imagens e metáforas, o autor nos convida a uma imersão profunda em seu universo interior. A descida à serra para encontrar o mar simboliza uma descida às profundezas da alma. O eu lírico carrega consigo um "deserto interior" que precisa ser purificado pelas águas salgadas. O mar, nesse contexto, representa um espaço de regeneração, onde é possível se livrar de tudo aquilo que o atormenta. A repetição da palavra "mar" enfatiza a importância desse elemento na vida do eu lírico. O mar é tanto um lugar físico…
Tuga´s. Abraço.
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