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Poesia - Vãos, por Nelson Araújo Filho

Foto do escritor: Alex FragaAlex Fraga

Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de poesia com o advogado, poeta, escritor e presidente do Instituto AGWA, Nelson Araújo Filho, com "Vãos".


VÃOS

*livro Pantanais de Areia - pág 95


A encontrei pela tarde,

Por entre frestas,

Como dobras, algumas.

Havia também os rastros

Impressos pelos ventos de julho.

Abri a sala.

Levou-me em seus braços

Por esses, parece, que sem fins

De águas.


Do nosso encontro,

Disse-lhe: chão aqui é de dureza!

Não acolhe o toque

E nem teus dedos tímidos.


A tarde é apenas um segundo.

Escoou rápida e densa

Pelos vãos.

- Esses teus foram um deles!

Não foi ela certeza,

Nem promessa.


Ainda tenho comigo

As tardes, as baias,

Ainda sem os mosquitos.

Todas.

Relembrando, percebo

Não mais soltei tuas mãos.



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3 comentarios

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Invitado
29 ene
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

Sempre muito bom ler você Nelson Araújo Filho.


Carlos Alberto Pereira

Campo Grande MS

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Carlos Magno Mieres Amarilha
Carlos Magno Mieres Amarilha
29 ene
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

Imagine que você está construindo um castelo de areia na praia. De repente, um buraco se abre na areia, deixando passar a luz do sol. Esse buraco é como um vão: um espaço vazio que permite que algo novo apareça. No poema "Vãos", o poeta Nelson Araújo Filho usa essa palavra para falar sobre o amor. Ele compara o amor a um desses buracos na areia, um espaço que se abre de repente e nos surpreende. É como se a gente encontrasse uma pessoa especial de uma forma inesperada, como se ela tivesse surgido do nada, em um "vão" da nossa vida. O título em si já nos instiga: "Vãos" remete a espaços vazios, a brechas, a intervalos. A metáfora…


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Invitado
29 ene
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

Um dos poemas mais lindo que já li neste Blog.


Cristina Pereira Vaz - Curitiba - Paraná

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