Quarta-feira no Blog do Alex Fraga é dia de texto de reflexão com a professora universitária, historiadora, poeta e escritora de Dourados (MS), Joana Prado Medeiros, com seu "Diário de uma Idosa 238" .
A PRETENSÃO DE SER UMA PROFESSORA DIFERENTE
Na terceira série do ensino fundamental, aprendi os nomes dos principais rios brasileiros e seus afluentes e também tomei posse do primeiro ato que me encaminhou ao magistério. Já vivi mais de meio século e ainda não sei o que vale a pena. Certamente porque pena lembra asas e asas foram feitas para "VOAR' e voar são para poucos. Estou me sentindo assim como se estivesse no ontem, assando hoje e no breu das próximas horas, não sei amanhã. Eu sei que para iniciar algo novo é preciso (talvez) romper com os comportamentos mofados, bolorentos e atitudes cristalizadas. Eu tinha nove anos e um dia em sala de aula ao apresentar uma tarefa considerada errada pela professora ela me mandou de castigo, e eu neguei, então, ela bateu com uma régua em minha cabeça e eu tomei a régua de suas mãos quebrei e joguei longe os pedaços e sai em disparada da sala denunciando a agressão. Eu pensava quando eu for professora nenhum aluno(a) será castigado, ninguém será obrigado a ler quando não quer (sou disléxica e sofri muito na escola enquanto aluna e professora) quando eu for professora eu irei amar e serei amiga dos meus alunos(as), nós vamos sentar no chão e vamos cantar e vamos rir e dançar na sala de aula. As provas após a correção iremos refaze-las todos juntos, (nosso sistema de avaliação é míope, capenga e horrível) os trabalhos atrasados serão recebidos com ressalvas mas aceitos, quem for pego colando será punido e o aluno fará a prova oral para não ficar com zero e terá pontuação reduzida. Quando eu for professora, todos nós teremos os olhos brilhantes, teremos sede, paixão e paixão e sobretudo amor por aprender, aprendendo/ensinando unindo TEORIA/PRÁTICA (não existe essa separação, quem separa a prática da teoria não conhece as matrizes teóricas) E acredite quem quiser - Assim foi e assim é.E assim será. Se por acaso, alguém dúvida dessa minha práxis, basta perguntar para quem foi meu aluno ou é. Não tive e não tenho medo e nem terei reservas para demonstrar o meu amor para com os discentes. Sigo a cartilha de Paulo Freire que não teve receio de ser um intelectual amoroso.
(Joana Prado Medeiros) 15/10/24
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Parabéns.
Paulo Henrique - Campo Grande MS