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Reflexão - Meu encontro com a dona morte, por Sylvio D Prospero

Segunda-feira, no Blog do Alex Fraga, texto de reflexão do poeta e escritor de Curitiba (PR), Sylvio D Prospero, com Meu Encontro com a Dona Morte.

Ontem me encontrei com a dona Morte, estava sentada no banquinho da praça que fica em frente ao meu condomínio. Estava cabisbaixa, triste, com as mãos cruzadas sobre o manto negro que cobria todo o seu corpo. Me aproximei devagar para não assusta-la, me sentei ao seu lado e perguntei: - Porque esta tão triste dona Morte? Levantou a cabeça... percebi seus olhos vermelhos de chorar, as lagrimas ainda descia dos seus olhos, e com voz tremula me respondeu me olhando triste: - Não aguento mais... Não aguento mais!!! Segurou a minha mão com força, suas mãos estavam frias como a "morte", continuo olhando aquela figura, antes tão imponente e sem sentimentos, se desvairando em tristeza, fraqueza e um sentimento de desconforto... e continuou: - Nunca imaginei que teria medo de mim, do que faço, do que represento nas vidas das pessoas que, chegada a hora, eu vinha encontrar... Tudo estava programado por Ele, e eu cumpria meu papel de vir buscar os que já haviam vivido suas vidas, então eu nada sentia, eram os desígnios de Deus... Soluçou e respirou fundo, soltou a minha mão, acariciou meu rosto, deu um sorriso lânguido de tristeza e com a voz embargada me falou: - Me desculpe... Me desculpe por estar chegando sem hora marcada, sem motivo de missão cumprida, sem motivo de descanso... Estou levando pessoas que ainda tinham uma vida para viver... Estou prestando serviços, não para Ele, mas para a falta de responsabilidade, da moral, da ética e de solidariedade, que me sequestraram e estão me usando com a mensagem de negacionismo... me desculpe... Mas não depende mim... Levantou-se, me deu um beijo no rosto... Um beijo reconfortante me passando paz, alivio pelo desabafo e seguiu praça à dentro sumindo atrás de uma arvore. Revoada de pássaros com seus cantos estridentes, uma leve lufada de vento, borboletas coloridas, a gritaria das crianças nas gangorras, balanças, e trepa trepas, o calor do raio de sol no meu rosto, bem no lugar daquele beijo da dona Morte, me trouxeram à realidade... Teria eu me encontrado com a dona Morte, e ela de fato teria se aberto comigo, e me pedido desculpas??? Levantei-me do banco, e pensei alto: - Só o meu tempo dirá!!!

(Véio D'Prospero)


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