Domingo no Blog do Alex Fraga é dia de texto com a poeta e escritora de Campo Grande (MS), Cláudia Finotti, com À professora Elizabeth
À PROFESSORA ELIZABETH
(que foi morta por seu aluno de 13 anos de idade)
(Cláudia Finotti)
Tenho medo de gente... Sim, medo da violência desmedida, que gente com tão pouca idade é capaz de praticar. O mundo está se colapsando moral e emocionalmente e, infelizmente, temos convivido com uma geração severamente transtornada, adoecida e, cada vez mais violenta. Essas crianças estão crescendo sem empatia, sem ética, sem princípios, sem valores, SEM LIMITES, esvaziadas de tudo que dá sentido à vida. Nada nem ninguém importa! Essas mesmas crianças e adolescentes, que “são o futuro da Nação”, desenham um amanhã sombrio e estéril, envolto em trevas cercadas de monstros com superpoderes, sem aquele “sol amarelo” e iluminado, sorrindo anteriormente no costumeiro e velho papel branco... Não, hoje elas brincam com telas de videogames e VENCE QUEM MATA MAIS E EM MENOS TEMPO. A troca emocional delas não é mais feita com a mãe ou a avó, que em nossa geração, estavam sempre em casa, presentes, nos educando firmes e amorosamente, impondo LIMITES e ajudando-nos, com sua autoridade moral a processarmos as frustrações para aprendermos a crescer fortes e saudáveis, NÃO! Agora, mãe e família estão ausentes, substituídas por uma tela cara de videogame ou celular, com tecnologia e velocidade 5G. Essas crianças estão sendo condicionadas a baixa tolerância a frustrações, estão perdidas dentro de um abandono violento, crescem tão materialistas quanto irritadas, ansiosas e intolerantes, sem respeito a nada e nem a ninguém. Seguem aprendendo a competir e a consumir de forma insana e desumana. Sem essa base de respeito e confiança, desenvolvem sem condições de amadurecerem emocional e espiritualmente e, isso certamente, não produz uma sociedade saudável, portanto, serão prováveis candidatas a desenvolver sérios transtornos de personalidade narcisista, depressão, baixo autoestima, transtornos de ansiedade, fobias, e por aí vai... Que futuro espera por essas crianças e adolescentes, e pior, que mundo elas farão, meu Deus?!!!
Parabéns